quarta-feira, 2 de junho de 2010

DA IMPOSSIBILIDADE DE SER


Caminho em nuvens e desfaço céus e sombras...

O mundo cabe em meus braços de flor e se as cores

Fogem de mim, sou apenas silencioso carmim...

Pulo ribeiras e inteira estou aos pedaços...

Sonhos caminham em meus passos e cobrem

Meus olhos de promessas e espumas...


Durmo entre as plumas e com a lua tatuada

Nas mãos, pinto o meu coração com a poesia

De teus beijos esquecidos no meu corpo.


Danço e preparo a minha alma para o rito

Final das palavras e calada encontro as minhas

Asas nas telas, nas aquarelas da paixão.


E de joelhos no chão, choro as lágrimas

E a dor que ainda existe em cobrar o ontem

Na memória do que resta-me ser hoje.



Karla Bardanza